quarta-feira, 22 de agosto de 2007

IDEAL

Admiração e um pouco de inveja para com as pessoas de sucesso. Estas que descobriram seus ideais e seguiram com todo empenho, seus sonhos eram a força motora para realizar tudo que o desejavam e sentiam vontade. Muitos conseguem e uma parte da sociedade excluída, apenas se mantém viva para seguir seu tempo determinado aqui na Terra. Quem já não pensou em suicídio? Bom, não digo que pensei cegamente em uma idéia tão absurda quanto tirar a própria vida por problemas, até mesmo fúteis, que elevamos ao extremo pelo capricho, desespero ou surto de loucura. A falta de amor - isso pensando em primeiro o amor próprio - pode ser uma causa dessa tendência. Muitos miseráveis moradores de rua conseguem e continuam suas vidas sabe-se lá com quais pensamentos ou visão do futuro. Infelizmente, pelo menos penso assim, sentimos incapazes de fazer algo por essas pessoas, como resgatar um ser que sofreu tanto na vida e ainda sofre, como resgatar sua dignidade e ajudá-lo? Enfim, não podemos ajudar o próximo sem antes a nós mesmos. Como crescer?

A necessidade de um ideal é fundamental. Vivo tropeçando sobre meus próprios pensamentos até definir algo, e vejam o que descobrir: sou um fracasso. Isso, este pensamento pode ser baixo, mas de certa forma liberta pois consigo visualizar a falta de capacidade para realizações de certos eventos. Analisando o passado, pensando no presente e tentando prevê o futuro fico estupefato. Oportunidades e decepções ao longo da vida... Minha maior foi não ter escolhido uma profissão. "Trabalho dignifica o homem", mas a derrota enfraquece aos que não tem bases sólidas. Vejo ao longo da vida pessoas que mudaram de emprego, de namorados, de amigos, de casa, de cidade... todos a procura de uma coisa específica? Todos buscavam a felicidade ou apenas descobriram que não era bem aquilo que queriam?

NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS.

E agora, José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou
e agora José?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
E agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão,
quer abrir a porta,
não existe porta,
quer morrer no mar,
mas o mar secou,
quer ir para Minas,
Minas não há mais!
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
tem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você segue, José!
José, para onde?

Um comentário:

Natália disse...

Concordo com você sobre o ideal, sem dúvida ele é fundamental para que nos movimentemos na vida...

Sobre você ser um fracasso, creio que há nessa definição uma autocrítica exacerbada para os erros.
Precisamos valorizar quem somos e o que realizamos até hoje.
Se você não realizou tudo que quer, há tempo para lutar, correr atrás.
Não cobre de si mesmo as mesmas atitudes e conquistas das outras pessoas; ninguém é igual e tudo acontece em seu tempo devido.

"O horizonte está nos olhos, não na realidade" Angel Ganivet


Abraços pra vc!