segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PALAVRAS

Não sou de muitas palavras
Nunca fui!
Existe em mim uma necessidade de silêncio
Premente
E limito-me a dizer o insondável
O extremamente necessário
O urgente ... o aflitivo
Não que o seja da minha parte
Mas sim dos outros
Que com olhos postos aguardam
Expectantes
Umas quaisquer palavras
Numa ânsia desmedida
De as conhecer
De as beber
E assim pronuncio-as
Finalmente
Mas palavras são apenas isso,
Palavras!
E mal são ditas perdem o significado
Que tinham antes de proferidas
Como se de uma magia qualquer se tratasse
E o poder só existisse enquanto fechado,
Secreto e sacramentado
Depois de ditas
São banais
Vulgares
Iguais
Palavras
São armas de arremesso
Doce afago no coração
São punhais, terrível traição
São desculpas esfarrapadas
Tristes notícias nos dão
Palavras
São tantas vezes enganos
Tanto faz de conta
Tanta falsa emoção
Deixámos há muito de comunicar
Construímos apenas castelos
Mas no lugar das cartas
Fizemo-lo de palavras
Que do mesmo modo tombam
Perante a realidade de uma ação
Palavras deixaram de ser ditas com o coração
Dizemo-las convictos de nada dizer
Sabendo que caminhamos sem direção
Palavras são escudos de bem parecer
Ocas de significado sem vontade ou lição
E assim as palavras deixaram de ser
O que diferenciava um ser de outro ser
Palavras
São apenas palavras
Desprovidas de valor
Sem significado
Morreram
Solitárias
Na tinta
Apagada e envelhecida
Dos tratados
E condados
Num outro tempo
Noutro lugar
No passado
Adormecidas
Diz-me tudo o que quiseres... mas não mo digas por palavras.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

IDEAL

Admiração e um pouco de inveja para com as pessoas de sucesso. Estas que descobriram seus ideais e seguiram com todo empenho, seus sonhos eram a força motora para realizar tudo que o desejavam e sentiam vontade. Muitos conseguem e uma parte da sociedade excluída, apenas se mantém viva para seguir seu tempo determinado aqui na Terra. Quem já não pensou em suicídio? Bom, não digo que pensei cegamente em uma idéia tão absurda quanto tirar a própria vida por problemas, até mesmo fúteis, que elevamos ao extremo pelo capricho, desespero ou surto de loucura. A falta de amor - isso pensando em primeiro o amor próprio - pode ser uma causa dessa tendência. Muitos miseráveis moradores de rua conseguem e continuam suas vidas sabe-se lá com quais pensamentos ou visão do futuro. Infelizmente, pelo menos penso assim, sentimos incapazes de fazer algo por essas pessoas, como resgatar um ser que sofreu tanto na vida e ainda sofre, como resgatar sua dignidade e ajudá-lo? Enfim, não podemos ajudar o próximo sem antes a nós mesmos. Como crescer?

A necessidade de um ideal é fundamental. Vivo tropeçando sobre meus próprios pensamentos até definir algo, e vejam o que descobrir: sou um fracasso. Isso, este pensamento pode ser baixo, mas de certa forma liberta pois consigo visualizar a falta de capacidade para realizações de certos eventos. Analisando o passado, pensando no presente e tentando prevê o futuro fico estupefato. Oportunidades e decepções ao longo da vida... Minha maior foi não ter escolhido uma profissão. "Trabalho dignifica o homem", mas a derrota enfraquece aos que não tem bases sólidas. Vejo ao longo da vida pessoas que mudaram de emprego, de namorados, de amigos, de casa, de cidade... todos a procura de uma coisa específica? Todos buscavam a felicidade ou apenas descobriram que não era bem aquilo que queriam?

NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS.

E agora, José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou
e agora José?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
E agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão,
quer abrir a porta,
não existe porta,
quer morrer no mar,
mas o mar secou,
quer ir para Minas,
Minas não há mais!
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
tem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você segue, José!
José, para onde?

sábado, 4 de agosto de 2007

O Lenhador e a Raposa


ELE NÃO PENSOU DUAS VEZES

Um lenhador acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.

Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portanto não era um animal confiável, e quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: “Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho. Quando ela sentir fome vai comer seu filho!”

Um dia o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou em casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com sua boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou um machado na cabeça da raposa. Desesperado, entrou correndo no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranqüilamente, e ao lado do berço uma cobra morta.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

FORÇA DO CORPO E DA MENTE



O ser humano consegue trazer tanto mal para si mesmo, mais do que os outros fariam contra ele.
Pensando desta forma podemos refletir o que são estes males:
- Hoje eu estou triste porque não passei na prova. Será a prova a causa prévia da minha tristeza? Sim, uns diriam, mas acredito que não somente este acontecimento. Por mais que acreditemos na alma, no ser espiritual, algumas reações do corpo causam e afetam nossos sentimentos. Aí vem a relação que fiz com o otimista:
- Hoje não passei na prova que tanto queria, talvez não possa fazer a prova por agora, procurarei da próxima vez não falhar, onde eu errei prestarei mais atenção para superar. Não estou triste, um pouco decepcionado talvez, quem sabe vá conversar com alguém ou tomar um sorvete para aliviar esta tensão.
Podemos ver que mesmo com certos acontecimentos exteriores podemos canalizar o sofrimento e racionalmente superar o obstáculo. Nossas mentes criam uma série de impecilhos, até lembranças de outros fracassos sobem e inundam nossa cabeça, morremos afogados na própria emoção.
Li um livro a respeito: "Nunca Desista de Seus Sonhos" de Augusto Cury, excelente livro. O próprio autor não trata esse livro como de "auto-ajuda", e eu concordo, ele ajuda mais a conhecer os fatores que afetam o nosso comportamento. Há anos analisava - acredito que muitos faziam o mesmo - nossas reações com determinados fatos e inclusive surpreendia: Como fiz aquilo?! Pois bem, o corpo e a mente são únicos. Enquanto estivermos ligados ao físico estaremos sujeitos ao humor dele. Se não cuidarmos e deixarmos de lado sentiremos mal, vazios, temos que andar juntos.
Esses dias estava gripado, ou quase isso, sentia dores pelo corpo: Meu trabalho não rendia, estava desanimado e conversava sobre idéias pessimistas e como era incapaz para fazer determinadas coisas. Preferi não lembrar do que havia aprendido a respeito do comportamento relacionado ao corpo, e deixei-me levar...
"Mente sã, corpo são".